Vi uma televisão pela primeira vez em Agosto de 1959, num café da Costa da Caparica.
Tinha quase quatro anos e fomos de propósito, com a minha avó, para ver o espanto, no meio de uma pequena multidão de basbaques de queixo no ar e ar aparvalhado.
A caixa mágica só chegaria a minha casa em 1961, no dia em que começou a Guerra Colonial, e de entre os programas que desde logo se tornaram obrigatórios estava uma rubrica culinária a cargo de uma jovem, Maria de Lurdes Modesto, que, num tempo em que os livros de culinária eram um repositório de receitas tradicionais, sempre as mesmas, ousou inovar e propor sabores e métodos totalmente novos.
De entre muitas coisas que então se experimentaram na cozinha da minha mãe, há uma que conquistou os favores incondicionais da família e que, apesar de não ter "pegado" nos hábitos alimentares do país, continua a ser um dos acompanhamentos preferidos na minha família, agora já em terceira geração: Os Cotovêlos Fritos!
Ingredientes:
500g de massa Cotovelinhos
Sal
Margarina
Preparação:
Use Cotovêlos de tamanho médio, normalmente designados por Cotovelinhos.
Coza a massa em água salgada, deixando-a al dente. Lave rápido em água corrente fria e escorra bem.
Derreta margarina culinária numa frigideira larga e ponha a massa cozida a fritar em lume forte, mexendo apenas o suficiente para não deixar queimar.
Ao fim de alguns minutos, quando perceber que algumas massas começam a querer alourar, deixe sem mexer por períodos maiores, de modo a que as massas que estão por baixo fiquem tostadas antes de serem viradas. A cor certa é quando cerca de metade dos cotovelos apresentam uma parte tostada castanho claro e estão com uma textura estaladiça. Sirva logo.
Notas:
Este acompanhamento é daqueles que provoca uma adesão imediata e entusiástica por parte do público infantil (e não só). Claro que, hoje em dia, necessita de uma complementação verde qualquer e de ser consumido com moderação.
Acompanha bem toda a carne assada no tacho (estufada)e particularmente, omoletas, ovos mexidos e carnes frias.
terça-feira, 25 de março de 2008
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4 comentários:
Muito original.
A Dª Maria de Lurdes sempre foi uma fonte de inspiração, pelo menos para mim.
não conhecia esta receita, nunca tinha ouvido falar nem imaginava que houvesse algo do género.
mas gostei muito de ficar a conhecer esta nova maneira de servir massa como acompanhamento... e tenho a certeza que a minha filha ia adorar.
Obrigada pela explicação sobre os chocos, vou ficar mais atenta quando os estiver a arranjar... pelo menos ao saco castanho claro que dá o sabor todo especial!
Estas massinhas fritas são um belo achado, ou não fossem da Dª Maria de Lourdes Modesto que é, para todos nós, a maior referencia culinária!
Esqueci de dizer que nunca retiro o osso (chamo-lhe barco)...
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