terça-feira, 1 de abril de 2008

e já agora, porque estou aqui?

Na vertente profissional da minha vida, sou Terapêuta Holístico, o que quer dizer que actuo em áreas tão diversas (e suspeitas!!!! :-))como a Hipnose Clínica, a terapia Floral, a Fitoterapia, a Apiterapia (abelhas), Reiki, Regressão, Medicina Isopática, etc.
(Se quiser, veja também http://curaalternativa.blogspot.com/
Algumas pessoas que me conhecem nessa área, tão diferente desta em que aqui me apresento, têm manifestado a sua estranheza por essa tão grande diversidade de interesses e perguntado como vim "aqui parar"?

Eu hoje contei essa minha história ao paulista Eduardo Luz, do Da Cachaça Para o Vinho e, depois de lhe enviar o mail, pensei que era altura de compartilhar também com os amigos e visitantes deste blog, o motivo, fortuito como quase todos, que me "desviou" para estas coisas das comidas.


Depois dos anos de infância, que passei a assistir à alquimia da cozinha da minha mãe, chegou a altura em que percebi que esse interesse infantil não era mais aceitável. Naquele tempo, um homem gostar de tachos era uma "mariquice" e claro, durante a adolescência, rejeitei completamente esse "desvio" infantil.

Nessa altura o ensino era separado por sexos e só quando cheguei ao que é hoje o 11º ano de escolaridade, tinha 17 anos, é que finalmente passou a ser misto. Mas para meu azar, no Liceu D.João de Castro ainda ficou uma turma só com homens e ... foi a minha! Desespero!

Apareceu então uma proposta de Curso de Cozinha em horário suplementar às aulas, dado por um Instituto Culinário de prestígio (Vaqueiro)e que se destinava, claro, às raparigas. Mas como o ensino já era misto estava teoricamente aberto a quem quisesse inscrever-se.
Isto foi o que a minha turma de rapazes quis ouvir: inscrevêmo-nos em bloco para podermos estar com as "miudas".

O resultado foi uma turma de culinária com 18 homens e 2 mulheres!

Claro que muitos desistiram logo mas cerca de 7 ou 8 rapazes e as duas raparigas achámos graça e ficámos.
O curso era de nível profissional, durou 2 anos e nele aprendi as bases suficientes para ser capaz de revalorizar e reaprender o que tinha visto na infância e, principalmente, para deixar este "bichinho" que é como se chama a estas coisas que se fazem por puro gosto e gozo.

3 comentários:

risonha disse...

muito giro saber do seu percurso...
não há dúvida que antigamente um homem que demonstrasse interesse pela cozinha era olhado "de lado"... ainda bem que as mentalidades mudaram, pois eu acho que os homens cozinham melhor do que as mulheres.

Marizé disse...

Fartei-me de rir ao imaginar as vossas caras quando descobriram que a turma afinal só tinha 2 raparigas.
Parabéns pelo percurso, ainda há descriminação em algumas coisas, mas felizmente a culinária já não é uma delas. Sendo mulher, também "disfarcei" esta minha paixão nos primeiros anos de adolescente (anos 80), era "cool" dizer: "não sei nem estrelar um ovo". Ainda bem que cresci.

Elvira disse...

Obrigada por nos ter contado. E não o acho nada "suspeito", bem pelo contrário. É uma pessoa interessante e que sabe o que quer. :-)

Boa continuação!